Um filme que mergulha no inconsciente

Sonhos são a via régia do inconsciente. O sonhador, dormindo, entra em contato com o que tem de mais íntimo e misterioso: seu desejo. Christopher Nolan nos devolve cinematograficamente a importância da dimensão onírica para nosso cotidiano com o filme "A Origem". Ele nos mostra que a realidade é um sonho compartilhado, e que na fronteira entre o sonho e a vigília estão condensadas as marcas de nossa humanidade.

Logo no início do filme, Cobb (Leonardo DiCaprio), pergunta e responde: uma idéia é o mais eficaz dos vírus. Depois que ela nasce, não abandona mais sua mente, até porque desconhecemos a origem. Ficou esquecida no inconsciente. "Language is a virus", disse um dia o poeta William Burroughs. O diretor constrói uma história que faz homenagem ao cinema e está repleta de referências apontando que os enigmas dos sonhos e a ficção são fundamentais para nossa vida.

Robson de Freitas Pereira

Psicanalista membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre