“NAVEgar é preciso (...) Viver não é necessário; o que é necessário é criar.” Fernando Pessoa

O Instituto Fernando Pessoa possui um espaço de criação e reflexão, chamado NAVE (Núcleo de Arte, Vídeo e Escrita).

A partir de filmes, literatura e outras artes, o objetivo é a construção coletiva de conhecimento e a expressão de subjetividade.

A idéia do NAVE é ser um movimento constante de expansão artística e cultural, de acordo com o interesse dos participantes/colaboradores, sempre com um clima informal e descontraído, aberto a boas idéias!

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8 de ago. de 2009

DA SÉRIE “Sujeitos que gostaria de ter na minha frente"

Por Luciana Nunes de Nunes 6. O dono do gato (Conto O Gato Preto – Edgar Allan Poe) Este conto é muito engraçado. A construção do personagem é bárbara. E, claro, terrível, como poderia se esperar de um “maldito”. Drops I: “Desde a infância, tornaram-se evidentes a docilidade e o sentimento humano de meu caráter. A meiguice de meu coração era tão patente, que me tornava alvo dos gracejos de meus companheiros. Gostava muito de animais (...)” Esta autodescrição é fantástica!!! Aguardem o que virá dessa alminha tão cândida!! Bem, pra encurtar a história, nosso imaculado autor matou seu gatinho de estimação e sua esposa. E emparedou-os. Não sem antes justificar sua ação pondo a culpa na “intemperança”. Durante uma investigação em sua casa, ia quase se livrando de suspeitas quando... Drops II (Vale a pena!!): “A polícia estava totalmente satisfeita e preparava-se para sair. O contentamento que me inundava o coração era demasiadamente forte para que eu pudesse contê-lo. Ardia de desejo de dizer uma palavra, uma única palavra, à guisa de triunfo, e também para tornar duplamente evidente a minha inocência. – Senhores – disse, por fim, quando os policiais já subiam a escada - , para mim é motivo de grande satisfação ter dissipado qualquer suspeita. Desejo a todos os senhores ótima saúde. Diga-se de passagem, senhores, que esta é uma casa muito bem construída... (quase não sabia o que dizia, em meu incontível desejo de falar com naturalidade). Poderia mesmo dizer que é uma casa excelentemente construída. Estas paredes – os senhores já estão indo? -, estas paredes são muito sólidas. Aí, levado por pura e arrebatada bravata, bati com força, com a bengala que tinha na mão, exatamente na parte da parede atrás da qual estava o corpo da esposa de meu coração.” Com a batida na parede, ouviu-se um grito terrível de gato morto. E a “inocência” de nosso autor veio parede abaixo. Se deu mal, é claro!

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