“NAVEgar é preciso (...) Viver não é necessário; o que é necessário é criar.” Fernando Pessoa

O Instituto Fernando Pessoa possui um espaço de criação e reflexão, chamado NAVE (Núcleo de Arte, Vídeo e Escrita).

A partir de filmes, literatura e outras artes, o objetivo é a construção coletiva de conhecimento e a expressão de subjetividade.

A idéia do NAVE é ser um movimento constante de expansão artística e cultural, de acordo com o interesse dos participantes/colaboradores, sempre com um clima informal e descontraído, aberto a boas idéias!

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22 de jul. de 2009

DA SÉRIE “Sujeitos que gostaria de ter na minha frente"

Por Luciana Nunes de Nunes 4. Mersault (O Estrangeiro – Albert Camus) Mersault fez eu me apaixonar por Camus. E ficar deslumbrada com a dimensão estética do existencialismo[1]. Mais do que isso: Mersault e Camus tornaram-se, para mim, um só corpo e um só espírito. De modo que até hoje não li a biografia do Camus (embora muito atrativa) só para não me frustrar. Escolho a fantasia. O meu Camus é o Mersault. O personagem assassina um árabe por que estava calor. O julgamento centra-se no fato de não ter demonstrado emoção alguma com a morte de sua mãe, ocorrida dias antes. O trecho a seguir é do primeiro parágrafo do livro. Uma abertura impressionante. Drops: “Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: “Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentimos pêsames.” Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem”. (...) “Quando ela estava lá em casa, mamãe passava todo o tempo a me seguir em silêncio com os olhos. Nos primeiros dias de asilo chorava muitas vezes. Mas era por causa do hábito. Ao fim de alguns meses teria chorado se a tirassem de lá, tudo devido ao hábito. Foi um pouco por isto que, no último ano, quase não fui visitá-la. E também porque a visita me tirava o domingo, sem contar o esforço para ir até o ônibus, pegar as passagens e fazer duas horas de viagem”. [1] É possível um existencialismo em alguma outra dimensão? Uma ética do existencialismo?

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